Dados do Ministério da Saúde estimam que 25 mil a 50 mil pessoas tenham a doença no Brasil.
A anemia falciforme é uma das doenças hereditárias mais comuns no mundo e afeta, principalmente, a população negra. Segundo dados do Ministério da Saúde, estima-se que 25 mil a 50 mil pessoas tenham a doença no Brasil. Para aumentar a visibilidade e os debates sobre essa condição, que apresenta alta morbidade e mortalidade precoce, o dia 27 de outubro foi escolhido como o Dia Nacional de Luta pelos Direitos das Pessoas com Doenças Falciformes.
O que é a anemia falciforme
A anemia falciforme é uma doença hematológica de caráter genético, frequente, mas não exclusiva e que acomete indivíduos de origem africana. É originada por uma mutação no cromossomo 11, que resulta na substituição de um ácido glutâmico pela valina, dando origem à Hemoglobina S.
“As manifestações clínicas que os pacientes falcêmicos apresentarão no decorrer da vida devem-se a dois fenômenos principais: o da oclusão vascular pelos glóbulos vermelhos, seguida de infarto nos diversos tecidos e órgãos, e o da hemólise crônica. Dessa maneira, esses eventos associados terminam por lesar progressivamente os diversos tecidos e órgãos como pulmões, coração, ossos, rins, fígado, retina, pele e incluem-se, ainda, descrições sobre alterações no crescimento”, explica a professora do curso de Biomedicina da Unileão Bruna Soares.
Segundo a docente, o fenômeno da vaso-oclusão também leva à destruição progressiva do baço e, consequentemente, à autoesplenectomia, sendo responsável pela susceptibilidade aumentada a infecções graves.
Como identificar e tratar
A profa. Bruna Soares destaca os exames que podem ser feitos para a identificação da anemia falciforme. “A eletroforese de hemoglobina é o exame laboratorial específico para o diagnóstico da doença, mas a presença da Hemoglobina S pode ser detectada pelo teste do pezinho, quando a criança nasce, exame disponível no Sistema Único de Saúde”, afirma.
Quanto ao tratamento, a docente do curso de Biomedicina da Unileão esclarece que não existe um formato específico. A melhora na qualidade de vida desses pacientes se baseia em medidas gerais e preventivas, como no uso correto dos antibióticos para prevenção de infecções, assim como outras medicações, que possibilitam diminuir o número de crises de dor. “Na anemia falciforme, há chance de cura com a realização de transplante de medula óssea, mas tal medida não é frequente”, acrescenta.
Ciência, saúde e diagnóstico em função da qualidade de vida.