Profissionais formados na Instituição atuam na linha de frente do combate à covid-19 e, por isso, integram o grupo prioritário na imunização, que também inclui pessoas idosas e a população indígena.
O Ceará recebeu a CoronaVac no dia 18 de janeiro e distribuiu as cerca de 220 mil doses entre os municípios do estado. Devido ao número limitado da vacina, está sendo priorizada a imunização dos profissionais de saúde que trabalham no combate à covid-19, pessoas idosas e a população indígena. Atuando desde o início da pandemia em diversas frentes no atendimento à população, egressos dos cursos de Saúde do Centro Universitário Doutor Leão Sampaio (Unileão) estão sendo imunizados nessa primeira fase da vacinação.
“No momento de receber a vacina, passa um filme com tudo o que vimos, vivemos e sofremos. Da jornada cansativa e de um psicológico que vem tentando manter o controle”, reflete a enfermeira Lydia Nianny Ribeiro de Brito, egressa do curso de Enfermagem da Unileão.
O biomédico Gelson Manuel Neto, egresso do curso de Biomedicina da Unileão, também celebrou a chegada da vacina. “A vacina chegou trazendo esperança para muita gente”, disse. Para seu colega de profissão e curso Antônio Erivan Marques Junior, atuar na pandemia traz incertezas e medos, mas, também, uma grande gratidão em poder contribuir com o enfrentamento da doença.
“Me senti imensamente feliz por ter sido um dos primeiros profissionais vacinados na minha cidade e pelo reconhecimento e valorização do meu trabalho como biomédico do município. A gratidão transborda em saber que temos o SUS e que ainda temos pessoas que fazem ele acontecer”, conta Antônio Erivan, que trabalha na cidade de Mombaça (CE).
A primeira fase da imunização contra o novo coronavírus foi iniciada no Brasil no último domingo (17), logo após a aprovação, por unanimidade, dos diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que concedeu autorização do uso emergencial das vacinas de Oxford/AstraZeneca, solicitada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e da CoronaVac, solicitada pelo Instituto Butantan.
Os biomédicos têm atuado na linha de frente no combate à covid-19 desde o início da pandemia do novo coronavírus na coleta de exames para RT-PCR, na vigilância sanitária e na vigilância epidemiológica. Esses profissionais são formados pelo curso de Biomedicina e, na graduação, estudam processos fisiopatológicos diversos, dentre eles os infecciosos, tornando-os úteis no enfrentamento à doença.
“Os biomédicos estão envolvidos em todas as fases de desenvolvimento e avaliação de vacinas. A biomédica Dra. Jaqueline Goes de Jesus, por exemplo, fez parte do sequenciamento do primeiro genoma do vírus SARS-CoV 2 no país, uma realização notável. Além disso, muitos dos pesquisadores do Instituto Butantan e da FioCruz, referências nacionais e mundiais em pesquisa científica, são biomédicos”, enaltece o prof. Wenderson Lima, docente do curso de Biomedicina da Unileão.
O biomédico Gelson Manuel Neto explica sua contribuição durante a pandemia, atuando como coordenador de Vigilância em Saúde na cidade de Serrita (PE). O egresso da Unileão comemora a possibilidade de poder seguir contribuindo, agora, ao levar esperança por meio do Programa Nacional de Imunização (PNI).
“Meu sentimento aqui é em dobro, porque eu não só estou recebendo a primeira dose da vacina, mas também levando essa felicidade a outras pessoas com a organização do plano de vacinação no meu município”, afirma.
Os enfermeiros atuam diretamente no controle do número de casos de pessoas infectadas com o novo coronavírus, na orientação medicamentosa, na orientação sobre prevenção, transmissão do vírus, esterilização, desinfecção e contaminação, na realização de exames, auxiliando no salvamento de vidas, entre outras funções.
“Minha atuação está sendo de maneira direta, desde o primeiro caso da covid-19 na região do Cariri. Faço a triagem do paciente sintomático, realização de teste rápido, introduzo e atualizo toda a parte da informação”, relata a enfermeira e egressa da Unileão Lydia Nianny Ribeiro de Brito.
Outra frente de cuidado envolvendo os pacientes com a covid-19 tem sido ofertada pelos profissionais da Fisioterapia, uma das áreas que mais tem crescido em empregabilidade no cenário de pandemia. Os fisioterapeutas, em seus diversos campos de atuação, são profissionais indispensáveis no tratamento de pacientes com condições de saúde agudas e crônicas. Por isso, especialmente neste momento de enfrentamento à pandemia da covid-19, especialistas em Fisioterapia Respiratória, Cardiovascular e em Terapia Intensiva estão em destaque, pois são as especialidades que se encontram na linha de frente desse combate.
Os fisioterapeutas têm como objetivo preservar e restaurar a funcionalidade do paciente, seja ela orgânica ou motora, sempre assistindo os indivíduos em suas totalidades. Com isso em vista, atuam com papel fundamental:
Neste último caso, pacientes da covid-19 têm apresentado complicações que se prolongam mesmo após a alta hospitalar, prolongando a necessidade de acompanhamento fisioterapêutico.
A fisioterapeuta Maria Déborah Ribeiro dos Santos, egressa do curso de Fisioterapia da Unileão, integra a equipe de profissionais da Saúde do Hospital Regional do Cariri e conta que estar na linha de frente é um dos maiores desafios que tem enfrentado, especialmente por ser recém-formada. Contudo, ela avalia que tem se adaptado a essa nova realidade e acredita que a vacina veio para trazer esperança de dias melhores.
“Não foi apenas uma dose de antígenos, foi a primeira dose que precisávamos para ter mais esperança e força para continuar lutando sem medo. A vacina marca o início do fim de uma guerra invisível que estamos enfrentando há quase um ano. Sei que não chegamos ao fim, mas podemos dizer com orgulho que a ciência nos deu uma arma poderosa para vencermos a guerra. Atualmente, vivemos um momento histórico e fazer parte de tudo isso gera uma felicidade sem fim”, afirma a fisioterapeuta e egressa da Unileão.
As duas opções de vacinas com uso solicitado no Brasil foram aprovadas pela Anvisa como seguras e eficazes no controle da covid-19, com a indicação da necessidade de monitoramento constante e reavaliação periódica dos dados da vacinação.
A vacina de Oxford/AstraZeneca teve eficácia geral calculada de 70,42%, sendo no Brasil, com aplicação de duas doses, a eficácia de 62%. Até o momento, apesar de aprovada, ainda não há doses disponíveis da vacina para uso no país.
Já com a CoronaVac, a eficácia calculada é de 50,4%, acima do índice recomendado. A vacina é segura e consegue reduzir as chances de hospitalização, casos graves e moderados. Além de vantagem no armazenamento e distribuição, já que a temperatura de conservação exigida fica entre 2°C e 8°C.
“A curto prazo, teremos uma imunização parcial, mas efetiva. Isso nos proporciona uma sensação de alívio”, frisa o egresso do curso de Biomedicina da Unileão Antônio Erivan.
Embora a vacina seja um bom começo para o fim das limitações impostas pela pandemia, os cuidados em prevenção ainda devem ser tomados para a manutenção da saúde coletiva. Por isso, mesmo a população vacinada ainda deve usar máscara, respeitar o distanciamento social e higienizar as mãos com frequência, até que toda a população esteja segura.
A CoronaVac é produzida com os vírus inativados do novo coronavírus (Sars-CoV-2), aplicada em duas doses e tem a mesma tecnologia utilizada em outras vacinas bem-sucedidas, como as do sarampo e poliomielite, por exemplo. “O objetivo é ‘ensinar’ o organismo a produzir anticorpos específicos que nos protegem quando entramos em contato com um invasor”, observa o prof. Wenderson Lima.
Vacina: descubra como funciona a produção
Os testes da CoronaVac no Brasil, promovidos pelo Instituto Butantan, verificaram a segurança e eficácia do imunizante na proteção contra a doença. Segundo a entidade, 13.060 voluntários, todos profissionais da saúde e expostos diariamente ao novo coronavírus, fizeram parte do estudo, no qual metade do grupo recebeu placebo e a outra metade tomou a vacina.
Os resultados mostraram que a eficácia é de: 100%, para evitar casos graves e moderados; 78%, para casos leves; e 50,38%, para condições muito leves. Isso representa uma eficácia geral de 50,38% de imunidade contra a doença.
Os efeitos mais comuns apresentados após a vacina foram: dor no local da aplicação e dor de cabeça após a primeira dose. Também não foram registrados efeitos adversos graves e de interesse especial relacionados à vacinação.
Fase 1
Fase 2
Fase 3
Fase 4