Data 2 de abril foi instituída como o Dia Mundial de Sensibilização para o Autismo.
Com o objetivo de informar a sociedade sobre o autismo, condição inserida no Transtorno do Espectro Autista (TEA) e, assim, reduzir a discriminação e tornar a inclusão dessas pessoas uma realidade, se celebra, em 2 de abril, o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU). A conscientização acerca do autismo se estende ainda por todo o mês de abril, por meio da campanha Abril Azul, e o Centro Universitário Doutor Leão Sampaio (Unileão) apoia a iniciativa e incentiva o debate sobre o tema durante esse período.
Um dos pilares para a criação de uma sociedade pautada na inclusão é a educação. Embora a educação seja um direito assegurado por lei para todos os brasileiros, “ainda há um enorme descompasso entre aquilo que é lei e aquilo que se pensa”, conforme avalia a professora do curso de Fisioterapia da Unileão Zildanê Cândido. Segundo a docente, um dos maiores desafios para a educação inclusiva é a falta de reconhecimento e valorização das diferenças.
“Os lugares de aprendizado, tais como as escolas e universidades, devem ser espaços de todos, sem distinção. Lugares que estimulam seus alunos a construírem o conhecimento através de aprendizados de acordo com suas capacidades, habilidades e fragilidades para que, dessa forma, possam expressar suas ideias a partir de suas diferenças, se posicionando como integrantes no cenário da inclusão”, frisa a profa. Zildanê Cândido.
Além de praticarem a inclusão, escolas e universidades devem ser lugares que ensinam a importância desse tema. Por dar o devido valor à construção de uma sociedade justa e igualitária, a Unileão cultiva práticas inclusivas que vão desde a adequação de seus espaços e metodologias de ensino até ações que propõem a reflexão para seus estudantes e futuros profissionais acerca da necessidade de se criar espaços que sejam acessíveis a todos.
A Clínica-Escola de Fisioterapia da Unileão realiza atendimento diferenciado e individualizado para crianças com TEA, especialmente no setor de Neuropediatria. Os responsáveis podem entrar em contato com a Recepção do setor pelo telefone (88) 2101-1048 para receberem mais informações sobre os serviços ofertados no local.
“Além dos serviços ofertados pela nossa Clínica-Escola, a Liga de Pediatria da Unileão (LAPED) tem um projeto chamado ‘Tudo Azul’, que tem o objetivo de estimular o desenvolvimento motor de crianças autistas pela integração sensorial, ajudando, assim, a reorganização global e a integração na sociedade. As atividades desse projeto são gratuitas e misturam exercícios e brincadeiras que estimulam a vivência sensório-motora, o contato físico e a convivência social entre os autistas”, observa a professora do curso de Fisioterapia da Unileão Viviane Gomes Barbosa Filgueira.
De acordo com a docente, os encontros organizados pela LAPED, que conta com uma equipe multidisciplinar formada pelos cursos de Fisioterapia, Educação Física, Psicologia e Medicina Veterinária da Unileão, também possibilitam a troca de informações com os familiares.
Na Unileão, a temática do autismo é trabalhada ao longo do ano por meio do curso de Psicologia. O Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) da Unileão reforça o aprendizado dos alunos do curso com atendimentos prestados a crianças, adolescentes e adultos com TEA, por meio de diversas abordagens psicológicas. O SPA fica localizado na Clínica-Escola, no campus Lagoa Seca, e os atendimentos são destinados a toda a população. As intervenções psicossociais causam impactos positivos no bem-estar e na qualidade de vida das pessoas com TEA e de seus cuidadores.
Para mais informações sobre os serviços ofertados pelo SPA, os interessados podem entrar em contato com a Recepção do setor pelo telefone (88) 2101-1048.
O autismo é um transtorno que pode afetar a comunicação e o comportamento social do indivíduo. As causas do TEA ainda estão sendo estudadas, com indicações de que possa ser o resultado da combinação de fatores genéticos, externos ou de ambos. O quebra-cabeça é o símbolo do autismo por representar sua complexidade, diversidade e muito do que ainda falta descobrir sobre o TEA.
O autismo pode começar a se desenvolver na infância e persistir na adolescência e na idade adulta. Por isso, é imprescindível a observação dos comportamentos tidos como atípicos da idade, na busca do diagnóstico precoce e das intervenções necessárias o quanto antes. Salienta-se, ainda, que os graus de comprometimento podem variar de pessoa para pessoa, sendo leve, moderado ou grave.
Independente do grau de comprometimento, o tratamento de forma multidisciplinar desenvolvido por uma equipe de profissionais da Saúde auxilia no processo de estimulação, visando maior autonomia e independência do sujeito. A equipe pode ser formada por médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e educadores físicos, além do acompanhamento e da participação dos pais ou cuidadores e da família.
Apesar de ser um tema muito discutido na atualidade, o autismo ainda é cercado de mitos. Para contribuir com a desmistificação do tema, a professora do curso de Psicologia da Unileão Emília Suitberta respondeu algumas perguntas comuns que surgem ao se abordar o assunto:
Isso é um mito, pois pessoas com autismo têm uma dificuldade qualitativa na interação social, ou seja, elas têm dificuldade no relacionamento com outras pessoas, o que não significa que gostam de ficar sozinhas.
Pessoas com autismo se diferenciam com relação às suas habilidades, inclusive cognitivas e intelectuais. Existem autistas com um coeficiente de inteligência acima da média, outros abaixo e outros com um QI dentro da normalidade. Não é possível generalizar a capacidade de pessoas com TEA.
Pessoas com autismo podem ter dificuldades na comunicação das emoções, tanto na compreensão das emoções das outras pessoas como na hora de expressar suas próprias emoções. Isso não significa que essas pessoas não sentem emoções, apenas as expressam de uma forma diferente do convencional.
Atualmente, não existem dados oficiais sobre as pessoas com Transtorno do Espectro Autista no Brasil. No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o país tenha mais de 2 milhões de pessoas diagnosticadas com o transtorno e que há 70 milhões de pessoas em todo o mundo com algum tipo de autismo.
Preservar e reabilitar movimentos e funções do corpo humano.