Instituição acredita e defende que o cuidado em saúde mental deva vir com respeito e liberdade.
A próxima terça-feira (18) marca o Dia Nacional da Luta Antimanicomial, data que lembra a importância da busca pelos direitos das pessoas em sofrimento mental e que valoriza o movimento de combate ao isolamento de pessoas com transtornos mentais. O Centro Universitário Doutor Leão Sampaio (Unileão) acredita e defende que o cuidado em saúde mental deva vir com respeito e liberdade, valorizando o empoderamento e a cidadania como principais estratégias para a inclusão social.
“Pensar no movimento da Reforma Psiquiátrica é repensar a forma de olhar o sujeito em sofrimento psíquico que, por muito tempo, vivenciou uma lógica manicomial e asilar, cheia de estigmas e preconceitos. É a mudança na forma do cuidado em saúde mental, voltado para uma perspectiva psicossocial”, afirma a profa. Flaviane Troglio, coordenadora do curso de Psicologia da Unileão.
Ela destaca que o reconhecimento das potencialidades nessas pessoas é essencial para responder às necessidades desses indivíduos de forma a gerar autonomia e empoderamento neles, que por tanto tempo foram silenciados pela sociedade.
De acordo com a profa. Ariadne Sampaio, que ministra a disciplina de Enfermagem em Saúde Mental no curso de Enfermagem da Unileão junto com a profa. Lys Callou, o desejo de mudança nos cuidados com o sujeito em sofrimento psíquico teve início com a inquietação dos profissionais de Saúde sobre o adoecimento mental e a forma de assistência necessária para uma boa recuperação, aliados aos princípios de Direitos Humanos. Segundo a docente, essa inquietação e a reflexão das ações repercutiram para a busca de uma transformação nas políticas públicas.
Segundo a profa. Flaviane Troglio, o curso de Psicologia da Unileão aborda a temática da reforma psiquiátrica e o papel das psicólogas e dos psicólogos no cuidado de pessoas em sofrimento psíquico em inúmeras disciplinas, debates acadêmicos e nas práticas dos estágios, permitindo aos estudantes a reflexão crítica sobre o assunto, analisando os desafios enfrentados ao longo dos anos em prol de uma política de saúde mental digna e do respeito aos Direitos Humanos.
“No curso de Enfermagem da Unileão, os acadêmicos, por meio da disciplina de Enfermagem em Saúde Mental, são estimulados a desenvolverem as competências e habilidades para discutirem o adoecimento mental, reconhecendo o processo histórico da Psiquiatria no Brasil e no mundo. Além disso, os acadêmicos conhecem a Política de Saúde Mental no Brasil e a rede de atenção psicossocial do país. Em resumo, o curso presa pelo estímulo ao entendimento do significado de cuidado, sofrimento, pessoa e território em saúde mental”, ressalta a profa. Ariadne Sampaio.
No Brasil, com o lema “Por uma sociedade sem manicômios”, o Movimento da Luta Antimanicomial teve, em 1987, dois marcos importantes para a escolha do dia 18 de maio: o Encontro dos Trabalhadores da Saúde Mental, em São Paulo, e a I Conferência Nacional de Saúde Mental, em Brasília.
Após as mobilizações, foi aprovada a Lei 10.216/2001, nomeada “Lei Paulo Delgado”, que trata da proteção dos direitos das pessoas com transtornos mentais e redireciona o modelo de assistência.
Esse movimento faz lembrar que, como todo cidadão, as pessoas que sofrem com transtornos mentais têm direito fundamental à liberdade, além do direito a receberem cuidados e tratamentos, sem que para isso sejam excluídas do convívio familiar e social.