Racismo nos Estados Unidos influenciou a criação de movimentos sociais pela luta de direitos da população afrodescendente.
O intenso racismo norte-americano das décadas de 50 e 60, com suas políticas de segregação racial, foi a mola mestre para o surgimento de diversos movimentos sociais da população afrodescendente, que passou a reivindicar direitos civis, pregando a desobediência civil como forma de protesto. Nesse contexto é criado, em 1966, por dois universitários negros chamados Huey Newton e Bobby Seale, o grupo Panteras Negras.
Segundo o prof. Jânio Taveira, coordenador do Núcleo de Prática Jurídica (NPJ) e docente do curso de Direito da Unileão, com a proposta inicial de patrulhar os bairros de população negra e protegê-los da violência policial, nos aproximadamente 16 anos de sua existência, os Panteras Negras ampliaram sua atuação, constituindo um partido político de orientação marxista, realizando ações sociais e defendendo uma sociedade autogestionária, em que os pobres negros governariam a si mesmos. Em 1982, após longa repressão do FBI, o grupo foi dissolvido com a maioria dos seus líderes presos ou mortos.
Anos depois do fim dos Panteras Negras, em 2013, a absolvição de um segurança que assassinou brutalmente um jovem negro de 17 anos, Trayvon Martin, fez surgir nas redes sociais o movimento #BlackLivesMatter, criado pelas ativistas negras Alicia Garza, Patrisse Cullors e Opal Tometi. Em 25 de maio de 2020, novamente um homem negro é morto asfixiado pela polícia, George Floyd, gerando intensas revoltas populares, que se espalharam pelo mundo.
No Brasil, em 19 de novembro de 2020, véspera do Dia da Consciência Negra, um homem negro, João Alberto Silveira Freiras, foi morto por espancamento em um supermercado no estado do Rio Grande do Sul, após breve desentendimento da vítima com funcionários da loja.
“A violência contra os negros é fruto do racismo e, enquanto comunidade, devemos, não só os negros, mas também os brancos, lutar de braços dados contra o racismo. Agora, mas do que nunca, é hora de levantarmos os punhos cerrados dos Panteras negras. Racismo é crime e vidas negras importam”, enfatiza o prof. Jânio Taveira.
Como forma de contribuir com a conscientização da comunidade caririense sobre as práticas racistas que estão enraizadas na sociedade, assim como para propor uma reflexão sobre o papel da cultura negra na construção da sociedade brasileira, a Unileão promoverá diversas ações em alusão ao mês da consciência negra e implantará iniciativas permanentes, que serão divulgadas no decorrer de novembro.