Realizada pelos cursos de Administração e Ciências Contábeis, a palestra teve como foco a necessidade de reflexão sobre inclusão, diversidade e acessibilidade.
Na última segunda-feira (25), os cursos de Administração e Ciências Contábeis da Unileão realizaram a palestra intitulada “Organização, cultura e sociedade: um convite a pensar sobre a cultura surda”. A palestra foi realizada em alusão ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, comemorado no dia 21 de setembro, e teve como foco a necessidade de reflexões sobre inclusão, diversidade e acessibilidade.
“Falar em Surdos hoje no Brasil nos remete impreterivelmente à luta por direitos, inclusão e respeito à diversidade. O Brasil oficialmente tem a língua portuguesa como primeira língua e a Libras como segunda, contudo poucos sabem e, menos ainda, falam alguma coisa em Libras. Nesse cenário nos deparamos com a necessidade da acessibilidade”, ressalta o professor Ricardo Cavalcante, coordenador do evento. Além disso, ele também acrescenta que “em nosso país necessitamos de atitude, cultivar uma cultura inclusiva, e essa iniciativa tem que partir de cada um de nós. Sempre digo que a verdadeira inclusão começa no coração”.
A palestra foi ministrada pela professora Shimbherly de Mori Crepaldi dos Santos, intérprete e tradutora de Libras, uma pessoa apaixonada pela cultura surda. Para a surpresa dos alunos, a professora entrou na sala falando em Libras, causando um impacto geral nos participantes. Aos poucos, os alunos se envolveram e se tornaram protagonistas de um importante momento de disseminação da cultura da inclusão e da diversidade.
“Ela nos fez um breve recorte histórico sobre o surdo no Brasil e, sobretudo, proporcionou aos nossos alunos e alunas uma imersão na beleza que é sermos diferentes, respeitarmos as condições uns dos outros, sem capacitismo ou pena, mas com muita dignidade e valorização do ser humano”, ressalta o prof. Ricardo, para quem foi muito gratificante perceber que ao final da palestra os alunos saíram do ambiente com um novo pensamento sobre esse assunto. “A luta por direitos continua, está apenas começando, mas a semente foi lançada lá naquele dia 25 de setembro. Saímos daquela sala pessoas melhores que querem uma sociedade mais solidária e inclusiva”, destaca.
De acordo com o professor, é assim que muitas pessoas surdas se sentem. Hoje, no Brasil, são cerca de 10 milhões de pessoas surdas. Logo, é essencial trazer essa discussão para o meio acadêmico: “Quantos surdos você já viu na sua academia, no barzinho que você frequenta, nas escolas de ensino fundamental e médio, nas universidades, nos shoppings… Quantos surdos contadores, enfermeiros, advogados, administradores, profissionais de educação física você conhece? Eles não querem frequentar esses locais? Eles não querem exercer uma profissão? Lógico que sim, mas não se sentem acolhidos, não se sentem pertencentes”.
“Discutir isso na academia é, antes de tudo, despertar a necessidade urgente de nos unirmos por essa cultura inclusiva e de respeito à diversidade”, finaliza o professor.
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