Projeto está vinculado ao Programa de Educação Ambiental e Sustentabilidade (PEAS) e pretende entrelaçar o conhecimento popular e científico para disseminação da utilização segura dessas plantas na promoção da saúde e do bem-estar.
Na região do Cariri, plantas como babosa, arruda, malva do reino, boldo, capim santo e ora-pro-nóbis, entre outras, possuem propriedades medicinais e são bastante utilizadas para tratamento de enfermidades. Encontradas especialmente na rica biodiversidade da Chapada do Araripe, essas plantas representam uma valiosa fonte de conhecimento para a promoção da saúde, desempenhando um papel central na produção científica do curso de Biomedicina da Unileão.
Esse foi um dos motivos que inspirou a criação de uma horta de plantas medicinais no campus Saúde, que recebeu o nome de “Laboratório Vivo” em referência ao local onde os biomédicos realizam suas práticas.. A inauguração ocorreu na manhã desta quinta-feira, 6 de junho, com uma mesa-redonda que entrelaçou o conhecimento popular e científico, sob a mediação da professora Raíra Justino, pesquisadora na área.
Os convidados foram o professor José Walber Gonçalves Castro, docente e pesquisador da Unileão, e Maria Anunciação Barros de Aquino, popularmente chamada de dona Neta, rezadeira da cidade de Exú, no sertão de Pernambuco. Há 15 anos, ela descobriu que o conhecimento ancestral das plantas medicinais era um chamado divino para ajudar a comunidade onde vive. O professor Walber, por sua vez, disse que a motivação para pesquisar essas plantas surgiu ao observar a avó, uma rezadeira, assim como dona Neta.
“Todo o conhecimento dos remédios que nós temos, hoje, nas farmácias, saíram das plantas que a gente cultiva no quintal”, disse dona Neta. O professor Walber complementou: “A pesquisa nasce de uma pergunta, e eu sempre questionava minha avó sobre as propriedades das plantas. Daí veio minha curiosidade de pesquisá-las”.
Segundo a professora Ana Ruth Sampaio, uma das responsáveis pelo projeto junto aos professores Flórido Sampaio e Raíra Justino, os estudantes envolvidos no Laboratório Vivo participaram ativamente de todas as etapas, desde o preparo do solo até o cultivo das mudas. Os próximos passos incluem a catalogação das propriedades medicinais delas.
“Espera-se conectar o conhecimento popular e o conhecimento científico proporcionando a disseminação segura da utilização dessas plantas na promoção da saúde e do bem-estar”, afirma a professora. Ela também explica que uma horta inserida em uma instituição de ensino pode funcionar como um laboratório vivo, permitindo o desenvolvimento de diversas atividades pedagógicas em educação, integrando teoria e prática de forma contextualizada.
A este respeito, Carlos Eduardo Canuto Carvalho, aluno do primeiro semestre, compartilha: “A experiência está sendo muito gratificante; fico feliz pela faculdade proporcionar este momento não só para os alunos, mas para todos”. Ana Beatriz Oliveira Bezerra, outra participante do projeto, o considera “transformador para minha vida acadêmica, proporcionando várias vivências e aprendizados”, enquanto Ana Carolina Magalhães de Oliveira prevê que “o projeto será um sucesso e contribuirá significativamente para o desenvolvimento de futuras pesquisas”.
Confira abaixo alguns registros da inauguração, que, ao final, ofereceu uma degustação de chás aos participantes!
Ciência, saúde e diagnóstico em função da qualidade de vida.