Docente do programa de Mestrado em Ensino em Saúde está na lista que traz os cientistas mais influentes do mundo, segundo classificação organizada pela Universidade de Stanford (Califórnia, EUA).
A Edição 2024 do “World’s Top 2% Scientists” listou os pesquisadores mais influentes do mundo. Pelo terceiro ano consecutivo, o professor José Galberto Martins da Costa, do programa de Mestrado em Ensino em Saúde do Centro Universitário Doutor Leão Sampaio (Unileão), figura entre eles. O levantamento global é feito pela Universidade de Stanford (Estados Unidos) em parceria com uma das editoras científicas mais respeitadas do mundo, a Elsevier, que leva em conta métricas relacionadas ao número de citações de artigos, livros e capítulos de livros durante o último ano e ao longo da vida do pesquisador. Saiba mais sobre o ranking clicando aqui.
Um dos poucos representantes do interior do Ceará a compor a lista, o professor Galberto é bolsista de produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e atualmente faz parte do corpo docente permanente do Mestrado em Ensino em Saúde da Unileão, do qual também foi coordenador (2019 a 2020), além de liderar o Grupo de Pesquisa em Serviços e Tecnologia em Saúde, que faz parte do programa.
Nesta entrevista, destaca que ser reconhecido em um ranking global de pesquisadores “é uma grande alegria e sensação de dever cumprido”, mas também é reflexo de “muita dedicação e, especialmente, de extrema resiliência”. Ele enfatiza a importância da pesquisa multidisciplinar, que traz benefícios sociais significativos aos alunos e à comunidade; recomenda aos jovens estudantes o envolvimento em programas de iniciação científica e os incentiva a buscarem novas soluções científicas e tecnológicas para os desafios que surgirão.
1) Há quanto tempo o senhor integra o corpo docente do Programa de Mestrado da Unileão?
Em 2018 eu era integrante da COPEX/Unileão, e foi nesse contexto que surgiu a iniciativa de elaboração do projeto do Mestrado em Ensino em Saúde a ser submetido à CAPES. Após sua aprovação e recomendação, em 2019, assumi a função de coordenador do Programa e ali permaneci durante dois anos (2019-2020). Hoje faço parte do corpo docente permanente.
2) O que significa ser reconhecido entre os cientistas mais influentes do mundo e como isso impacta sua pesquisa e as universidades nas quais o senhor colabora como docente e pesquisador?
Ser considerado como um dos pesquisadores mais influentes do mundo é certamente grande alegria e sensação de dever cumprido. Esse destaque é um indicador da força das nossas atividades de pesquisa e do seu alcance e repercussão internacional. É necessário dizer que nada se consegue realizar sem colaborações e parcerias. Cada aluno(a) de IC [Iniciação Científica], mestrado, doutorado, que orientei e oriento, tem parcela de contribuição. O mesmo para cada pesquisador(a) parceiro (a). Todos(as) precisam ser destacados(as). Essa honraria envolve muita dedicação e especialmente extrema resiliência, mas excepcionalmente envolve pessoas. De forma geral, fazer pesquisa é um trabalho incansável, embora compensador. O impacto é imediato. Especialmente abre espaços de inspiração significativa para novos pesquisadores do Ceará e do Brasil. Essa deve ser uma das vertentes das Universidades. Talvez essa seja minha principal contribuição enquanto pesquisador.
“Esse destaque que recebo é um grande estímulo para mim, mas espero que especialmente isso sirva de inspiração para os jovens.”
3) Quais são os principais desafios que o senhor enfrenta ao conduzir pesquisas no interior do Ceará, e como têm conseguido superá-los?
Estamos situados numa região, em média de raio de 500 km das capitais mais próximas. Isso pode dificultar muito, porque, no meu caso, infraestrutura física é fundamental. Atualmente estamos razoavelmente bem de infraestrutura, mas qualquer passo adiante exige novas necessidades. Esse dinamismo é constante e sem fim. Daí a importância das parcerias estratégicas. Isso ajuda a superar limitações e contribui para o avanço.
4) Poderia nos falar sobre as linhas de pesquisa que o senhor desenvolve e como elas contribuem com a sociedade?
Sou químico de formação. Minha atuação forte na pesquisa é sobre produtos naturais de origem vegetal. Temos várias abordagens. Em todas elas buscamos identificar e correlacionar a importância das substâncias químicas presentes nas plantas, que justificam determinada atividade biológica. Daí a importância de uma equipe multidisciplinar. Os grupos de pesquisa assim se organizam. Nossa contribuição ao conhecimento químico, biológico, etnofarmacológico ao longo desses anos é imensa. De fato, o meu destaque maior para esse momento é o quanto nossas pesquisas e orientações em Programas de mestrado e doutorado tem impactado positivamente nas vidas das pessoas. Saber que um(a) aluno(a) obteve título de mestre e/ou doutor, sob minha orientação, e essa qualificação mudou seu patamar de vida para cima, isso é tudo. Nada se compara a isso. Além do conhecimento teórico adquirido, do treinamento experimental recebido, da produção e publicação de artigos, houve mudança social. Assim tudo se justifica. Esse é o lado social que às vezes a gente desvaloriza e precisa ser destacado. Tenho muitos alunos de IC, mestrado e doutorado. No mestrado da Unileão, por exemplo, atualmente estou orientando três alunas, já próximas de suas defesas. Também supervisiono pesquisadores em seus pós-doutorados. Torço e procuro colaborar para que todos tenham sucesso em suas carreiras. Poder contribuir com isso é muito gratificante.
“Saber que um(a) aluno(a) obteve título de mestre e/ou doutor, sob minha orientação, e essa qualificação mudou seu patamar de vida para cima, isso é tudo. Nada se compara a isso.”
5) Que conselhos o senhor daria para os jovens pesquisadores que desejam se destacar na Ciência, especialmente em regiões do interior?
Considero extremamente importante a existência dos programas de iniciação científica. Aconselho que graduandos(as) busquem interesse por essa atividade. Ali é o início do caminho para a carreira acadêmica. Também acho importante que programas de mestrado e doutorado incluam alunos(as) de IC nas atividades de pesquisa. Esses futuros pesquisadores precisam desse contato. Esse destaque que recebo é um grande estímulo para mim, mas espero que especialmente isso sirva de inspiração para os jovens. Que eles possam ser estimulados. Isso é de importância capital. Os jovens precisam ser encorajados e testar suas ousadias nas questões científicas e tecnológicas nas temáticas que mais lhes interessem. Os jovens precisam ser incentivados a estudar mais, ler mais, a pesquisar mais e encontrar soluções para os desafios que surgirão.
“Os jovens precisam ser encorajados e testar suas ousadias nas questões científicas e tecnológicas nas temáticas que mais lhes interessem.”
Vá mais longe: confira o vasto currículo do professor José Galberto Martins da Costa, que compõe a lista dos pesquisadores mais influentes do mundo
Formação acadêmica
Atuação Profissional
Coordenação
Membro de Comitês
Núcleo Docente
Áreas de Especialização
Financiamento e Apoio
Leia mais sobre os trabalhos do professor Galberto acessando este link.