Campanha alerta sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama em humanos e animais de estimação.
Celebrada mundialmente, a Campanha Outubro Rosa também é abraçada pelo Centro Universitário Doutor Leão Sampaio (Unileão) com o objetivo de compartilhar informações entre a comunidade acadêmica e o público externo sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama.
A doença, que se desenvolve nas células da mama, pode se originar nos lóbulos (glândulas que produzem leite) ou nos ductos (tubos que transportam o leite até o mamilo) formando tumores malignos. Quando descobertos em estágios avançados, existe o risco de já terem se espalhado para outros órgãos, o que pode complicar o tratamento e o prognóstico. A detecção precoce é crucial para aumentar as chances de tratamento eficaz e a recuperação.
O primeiro passo para a prevenção começa na adoção de hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e atividades físicas regulares, seguido do autoexame que deve ser feito por mulheres de todas as idades. E para aquelas entre 50 e 69 anos, o Ministério da Saúde recomenda exames de rastreio, como a mamografia. Em um possível diagnóstico, porém, o foco deve ser no paciente, e não apenas na doença.
Importância da rede de apoio, suporte social e acolhimento
Para a professora Kátia Figueiredo, do curso de Enfermagem da Unileão, é preciso olhar para todas as dimensões do paciente com câncer — física, psíquica e espiritual —, para que ele passe por esse processo de forma mais humana e se sinta acolhido. Quando se trata de um paciente em estágio terminal, por exemplo, isso pode contribuir para uma melhor qualidade de vida, nesse final de vida. A professora também cita a importância de uma abordagem integral e centrada no paciente. Isso envolve uma equipe multiprofissional atuando em conjunto com a legislação que garante os direitos dos pacientes com câncer.
“É importante ressaltar que o indivíduo portador de câncer, não só câncer de mama, mas qualquer tipo de câncer, requer uma atenção integral à Saúde. Então, enquanto profissionais, nós devemos ter um olhar sobre o sujeito e não apenas sobre a doença. Desse modo, é importante a equipe multiprofissional atuando, porque a gente tem que levar em consideração qual é o apoio familiar e o suporte social que esse indivíduo tem, o que aquele sabe sobre a doença, quais são as percepções, as expectativas dele”, explica.
O professor Junior Linhares, do curso de Psicologia, compartilha da mesma visão. Ele destaca que a saúde mental é essencial nesse contexto, uma vez que os tratamentos invasivos geram sofrimento e afetam a autoimagem, levando a problemas como ansiedade e medo. Por isso, é crucial que essas mulheres tenham suporte psicológico e uma rede de apoio composta por amigos e familiares para enfrentar as mudanças provocadas pela doença.
“Além do tratamento na dimensão orgânica [com os processos de quimio ou radioterapia], é importante pensar o campo da Saúde Mental, o suporte psicológico para que essas mulheres possam enfrentar uma série de transformações e de mudanças que ocorrem na sua vida – mudanças essas que podem ser percebidas, inclusive, na dimensão da autoimagem, como, por exemplo, a queda de cabelo e a própria autopercepção dessa mulher fica distorcida, levando a grandes processos de adoecimento psíquico, como crises de ansiedade, de medo. Por isso é fundamental ela poder contar com o suporte de uma rede de cuidado composta por amigos, familiares que consigam auxiliá-la nesse processo de enfrentamento à doença”, orienta.
Ainda de acordo com o professor Junior, muitas são as estratégias que podem ser pensadas desde os processos de psicoterapia, tanto psicoterapia de grupo como individual, como também pensar formas em que ela possa redescobrir as potencialidades da sua vida, enfrentando assim o medo e a ansiedade e conseguindo ter uma qualidade de vida cada vez maior no combate ao câncer. A importância desse autocuidado, explica o professor, é tanto no sentido orgânico como também no sentido da sua saúde mental. “Cuidar do campo emocional se torna fundamental e contar principalmente com o apoio da rede de cuidado se torna fundamental. É essencial nesse momento”, reforça.
Vale ressaltar: A Campanha Outubro Rosa também chama atenção para o diagnóstico precoce do câncer uterino ou do colo do útero, que é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Assim como o câncer de mama, tem desenvolvimento lento e pode ser assintomático na fase inicial, evoluindo para sangramento vaginal em casos avançados. Essas alterações são descobertas facilmente no exame preventivo e são quase sempre curáveis. Por isso a importância da realização periódica do exame.
Animais de estimação, como cadelas e gatas, também correm risco de desenvolver câncer de mama. Foi o caso da gatinha Nyara, diagnosticada em 2021, quando a doença já estava em fase metastática. A tutora dela, Nadrielle Landim, jornalista e colaboradora do setor de Comunicação da Unileão, percebeu um “pequeno volume” perto das mamas de Nyara. Ela ignorou por um tempo, mas o volume aumentou. Ao levar a gatinha para atendimento veterinário, exames detectaram a presença de câncer. O diagnóstico foi uma surpresa. “Ela continuava comendo normalmente e com a disposição de sempre”, lembra.
A princípio, a necessidade de quimioterapia não foi cogitada, mas a doença evoluiu rapidamente e o caso passou a ser cirúrgico. Na semana que antecedeu o procedimento, elas conviveram normalmente. Nadrielle estava apreensiva, mas como Nyara não demonstrava nada além dos volumes nas mamas, seguiu confiante de que tudo daria certo. A gatinha ficou internada por alguns dias, fez a cirurgia, mas não resistiu. O câncer havia se espalhado. Nyara tinha 13 anos.
“Não tive a oportunidade de me despedir, pois foi a minha irmã quem a levou à clínica. Recebi a notícia enquanto trabalhava, e foi uma dor que não desejo a ninguém. Metade da minha vida foi ao lado dela. Dói e sinto saudade até hoje”, conta.
Nadrielle não conseguiu identificar os sinais a tempo. Por isso, recomenda aos tutores que levem seus pets para fazer exames regulares e os observem sempre. “Perder um animalzinho é como perder uma pessoa querida”, considera. “Aproveitem ao máximo a vida dos seus bichinhos, porque a gente nunca sabe quando será o último”.
Assim como nos humanos, o exame do toque, feito pelo tutor, ajuda a detectar possíveis nódulos (caroços) em cadelas e gatas (tutores de cães e gatos também devem ficar atentos, apesar de a incidência nesse grupo ser considerada menor). A predisposição genética, associada a fatores externos como a alimentação, além do uso de anticoncepcionais, podem contribuir para o desenvolvimento do câncer.
O Hospital Veterinário da Unileão atende animais com câncer de mama ou com outros tipos de tumores, realizando exames para o diagnóstico seguro da doença, tratamento e acompanhamento dos pacientes.
Os tutores interessados nos atendimentos podem entrar em contato pelo WhatsApp (88) 2101-1030 para obter mais informações sobre os serviços e agendamentos. Os procedimentos são realizados pelos estudantes do curso de Medicina Veterinária da Unileão, sob a orientação e a supervisão de professores especialistas com ampla experiência prática nas respectivas áreas de atendimento.
Referências