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Unileão faz alerta sobre queda nas doações de sangue no fim do ano

Com a chegada das férias e das festas de fim de ano, número de doações de sangue diminui, mas a necessidade de abastecer os hemocentros continua. Saiba como ajudar.

06/12/2024 08:00 am - Atualizado em 28/11/2024 14:02 pm - COMPARTILHE: - + Imprimir

É início de dezembro. Um grupo de amigos se reúne para celebrar o fim de mais um ano letivo, todos animados e ansiosos. No meio da estrada, um acidente inesperado altera o rumo da viagem. Um dos passageiros precisa ser levado com urgência ao hospital. Durante a avaliação, o médico solicita uma transfusão de sangue imediata. A enfermeira, no entanto, receia que talvez não haja estoque suficiente.

Essa é uma realidade que se repete com frequência, especialmente no fim do ano, quando as doações caem drasticamente. A carência de bolsas de sangue afeta diretamente as vítimas de acidentes, como no caso hipotético descrito, mas também outros pacientes que necessitam de transfusões para sobreviver, além daqueles em tratamento de doenças crônicas, como as hematológicas e oncológicas. A escassez tem impactos significativos tanto na saúde pública quanto no sistema de saúde, conforme explica a professora Ana Érica Siqueira, do curso de Enfermagem da Unileão.

“A escassez de sangue leva a transferências de pacientes para locais onde há sangue disponível, levando ao aumento da mortalidade, pelo risco de complicações em situações mais críticas. Além disso, o adiamento de cirurgias e tratamentos impacta na produtividade dos pacientes e pode agravar doenças, elevando os custos de recuperação. A regularidade no estoque de sangue é essencial para garantir que o sistema de saúde seja capaz de responder às necessidades dos pacientes de forma eficiente e segura”, explica a professora.

“O sangue é um produto nobre”

A professora Ana Borges, também do curso de Enfermagem da Unileão, destaca que o “sangue é um produto nobre”, utilizado em diversas situações. Por isso, os serviços de saúde dependem dos bancos de sangue, que, por sua vez, dependem dos voluntários para a doação. Os bancos de sangue funcionam com estoque de segurança. Daí a importância de os doadores desenvolverem o hábito da fidelização, ressalta a docente.

Solidariedade não deve se limitar a presentes e confraternizações

Os hemocentros enfrentam desafios recorrentes durante o período festivo de fim de ano, com a redução no número de doadores devido a viagens, confraternizações e férias. Segundo a coordenadora de captação do Hemoce Crato, Naiana Pinheiro, essa época – assim como o Carnaval e a Semana Santa, por exemplo – exige uma atenção redobrada. As campanhas de conscientização buscam justamente lembrar as pessoas sobre a importância desse gesto de solidariedade. Uma doação pode salvar até quatro vidas.

“As festas e esses períodos e feriados prolongados já são períodos onde a gente já se prepara, já são períodos preocupantes, e aí a gente intensifica com as nossas campanhas para poder, justamente, lembrar o doador de fazer esse gesto tão importante antes de aproveitar os feriados e as festas”, afirma Naiana.

Especialmente neste fim de ano, é fundamental que a solidariedade não se limite apenas aos presentes, às confraternizações e às ceias fartas. Uma sugestão é reunir um grupo de amigos, familiares ou colegas de trabalho e agendar uma visita ao Hemoce mais próximo para fazer uma doação de sangue. Uma forma simples, mas significativa, de celebrar a vida.

“O nosso número de doações diminui, e aí, por esse motivo, a gente precisa intensificar as nossas campanhas. Lembrar o doador, quem já é doador, lembrar de vir fazer sua doação antes de aproveitar as festas finais de ano, antes de viajar de férias, então, fazer a sua doação, exercer sua solidariedade, e aí, passar o final do ano já com essa missão cumprida de ajudar a salvar vidas”, reforça Naiana Pinheiro.

Para ir mais fundo no assunto: saiba como funciona o processo de doação de sangue

O processo de doação de sangue no Hemoce é detalhado e rigoroso para garantir a segurança tanto do doador quanto do paciente que receberá a transfusão. Ao chegar, o doador passa por um cadastro e uma pré-triagem, durante os quais são avaliadas suas condições gerais de saúde. Em seguida, são verificados peso, altura, pressão arterial, temperatura e níveis de hemoglobina. Se aprovado na triagem clínica, o doador segue para a sala de coleta. O tempo total do processo, desde o cadastro até a doação, leva cerca de 40 minutos, sendo que a coleta em si dura entre 5 a 10 minutos.

Requisitos e frequência de doações

Para doar sangue, é necessário pesar mais de 50 kg, estar em boas condições de saúde e ter entre 16 e 69 anos. Menores de idade precisam de autorização por escrito dos responsáveis legais. Ao contrário do que muitos pensam, não é necessário estar em jejum para doar. Além disso, as mulheres podem doar até três vezes por ano, com intervalo de 90 dias, enquanto os homens podem doar até quatro vezes, com intervalo de 60 dias.

Segurança do procedimento

A segurança do procedimento é uma prioridade no Hemoce. Todo o material utilizado nas doações é descartável e estéril, o que elimina qualquer risco de contaminação. “Esse processo todo da pré-triagem, triagem clínica, lanche, já é uma preparação para a segurança daquela pessoa que está fazendo a sua doação de sangue. Após a doação na sala de coleta, a gente dá todas as orientações ao doador com relação ao repouso naquele dia da doação, a ingerir bastante líquido para que ele possa recuperar o mais rápido possível todo aquele sangue que foi doado”, explica Naiana.

Com essas medidas, o Hemoce busca garantir a segurança dos doadores e a continuidade do fornecimento de sangue, especialmente em períodos críticos como o fim de ano. Mas a colaboração da população é fundamental para manter os estoques abastecidos e salvar vidas.


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