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Egressa da Unileão é delegada na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher, em Camaçari/Bahia

Paula Sobreira ingressou na Unileão por meio do Mega Vestibular, sendo aprovada em 1º lugar para o curso de Direito, e, posteriormente, conquistou uma bolsa pelo ProUni.

26/03/2025 14:23 pm - COMPARTILHE: - + Imprimir

O Centro Universitário Doutor Leão Sampaio (Unileão) tem orgulho de ver seus egressos trilhando caminhos de sucesso e transformando realidades em diversas áreas. Um exemplo inspirador é Paula Sobreira, formada em Direito pela Instituição, pós-graduada em Segurança Pública pelo Centro de Estudo de Especialização e Extensão e hoje delegada na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher de Camaçari, na Bahia. Após enfrentar um processo seletivo desafiador que durou dois anos, ela assumiu o cargo há seis meses e, desde então, tem se dedicado a garantir justiça e acolhimento às mulheres que buscam apoio.

Paula ingressou na Unileão por meio do Mega Vestibular, sendo aprovada em 1º lugar para o curso de Direito. Posteriormente, conquistou uma bolsa pelo ProUni, que lhe permitiu concluir a graduação em 2020. Após um ano atuando na advocacia, decidiu se dedicar aos estudos para concurso público. O interesse pela carreira de delegada surgiu a partir de uma sugestão de seu noivo, que, na época, era seu namorado: por que não estudarem juntos para o cargo? Foi o início de uma jornada desafiadora que Paula compartilha nesta entrevista.

Por que a senhora escolheu cursar Direito? 

Direito foi o único curso que eu pensei em fazer, não tinha uma segunda opção. Assim que saí do ensino médio, prestei o vestibular aqui na Unileão e fui aprovada em primeiro lugar. Depois consegui o FIES, fiz mais uma vez o Enem, consegui a bolsa do Prouni e concluí a graduação por esse programa, e em 2020, decidi que iria advogar.

Como foi a transição da graduação para o mercado de trabalho e o que a motivou a seguir essa carreira?

Passei um ano advogando, só que foi justamente o ano da pandemia, então era bem complicado, escritórios fechados e tudo mais. No final do ano, eu decidi que iria estudar para concurso, e a carreira de delegada surgiu através do meu noivo, que na época era meu namorado. Ele disse: “Por que não estudamos para sermos delegados?” E aí a gente começou a estudar e, seis meses depois, fizemos o primeiro concurso.

Tanto eu quanto ele obtivemos êxito na primeira e na segunda fase, mas era no estado do Pará e, por ser muito longe, a gente decidiu não prosseguir nas fases e continuar estudando. Foi quando, no ano seguinte, surgiu a oportunidade de prestar o concurso na Bahia, que é um estado mais próximo e, por ser Nordeste também, a gente achou que se sentiria mais em casa.

Algum tempo depois, ele abandonou o concurso, disse que não queria mais e continuou na advocacia, que é o que ele gosta, e eu continuei no processo e consegui obter êxito. O concurso foi em 2022, e eu tomei posse em setembro de 2024. Desde então, estou lotada na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher de Camaçari, na Bahia.

Como é a sua rotina de trabalho como delegada?

Antes de ser delegada, eu tinha um cargo comissionado no Tribunal de Justiça e trabalhava em um Juizado de Violência Doméstica, então já era uma temática que eu conhecia e meio que dominava. Mas, como delegada, eu sinto que a gente pega as coisas mais “cruas”, vamos dizer. A gente pega assim que acontece, no calor do momento. Então, preciso fazer terapia (risos) e faço para conseguir atender a demanda, que é grande e mexe com a gente de certa forma. 

Então, na minha jornada, tento dar o melhor de mim como delegada e, às vezes, também preciso ser psicóloga, ser ouvinte dessas mulheres, para além da minha profissão. Tento transformar o espaço que eu vivo lá para as pessoas, para a sociedade, para contribuir cada vez mais, tanto para o fim da violência doméstica quanto para o acolhimento dessas mulheres na instituição que é a Polícia Civil.

Como foi a sua adaptação ao cargo e a recepção das pessoas?

O pior foi lidar com a realidade quando eu assumi o cargo (risos), porque sou uma “menina”, né, como todo mundo diz. O pessoal me olha e fala: “nossa, uma menina delegada!” É chocante e impactante para todo mundo. Eu não me acho uma menina, já me acho uma mulher, mas as pessoas me veem de outra forma. Mas eu me senti muito bem recepcionada pela população e, principalmente, pelas mulheres. 

E esse é o intuito do Governo da Bahia, de em todas as Delegacias de Atendimento à Mulher as delegadas serem mulheres. Na delegacia que eu trabalho, somos cinco mulheres, porque é um desejo da população, das mulheres, serem atendidas por mulheres. Elas ficam muito felizes quando entram na sala e veem que é uma mulher que vai atender elas. 

Já teve uma mulher que disse: “eu quero ser atendida pela delegada novinha, a loirinha” (risos). Esse vínculo que criamos com a sociedade desmistifica o trabalho da polícia e é de muita relevância.

A senhora já teve momentos de dúvida sobre a profissão?

Às vezes, eu me perguntava se esse cargo era para mim mesmo, por causa das coisas que eu ouvia, mas depois que eu entrei, percebi que é para mim, é para nós, mulheres, aquilo ali. A gente não tem que ter vergonha ou medo, ou como muitas pessoas falam que a polícia é violenta. Mas dá para transformar isso em algo positivo. A unidade onde eu estou está muito transformada depois que nós quatro, porque somos quatro novatas e a nossa chefe, todas jovens, chegamos.

As pessoas vêm de outras cidades para serem atendidas na nossa delegacia, porque oferecemos um atendimento diferenciado, procuramos solucionar o problema. Queremos resolver e também mostrar o nosso trabalho. Por sermos mulheres, precisamos trabalhar duas vezes mais para provar que merecemos estar ali.

Que conselho poderia nos dar para quem quer seguir essa profissão?

Sempre incentivo as mulheres a não terem medo. Eu digo: estudem e tentem ocupar esses espaços, porque você pode chegar a qualquer lugar se se dedicar. Se você não desistir, uma hora vai obter êxito. Para nós, mulheres, é muito importante vencermos pelo estudo. Se você, mulher, deseja ser delegada de polícia, pesquise sobre a profissão, veja o que realmente fazemos. As pessoas têm uma visão estereotipada da profissão, mas na prática é diferente.

E nós, mulheres, precisamos ocupar esses lugares. Quando se pensa na polícia, vem à mente um ambiente masculinizado. Mas, lá, nós trabalhamos de rosa, de vestido, de terninho, de salto… Claro, há momentos em que precisamos estar operacionais, de bota e farda, mas também trazemos esse toque feminino para o ambiente. Não precisa ser um lugar obscuro.

Se for isso que você quer, vá em frente e encare. Se for o seu sonho, você vai se sentir realizada na profissão!

Viabilizar o exercício dos direitos e o acesso da sociedade à Justiça.


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