De questões que vão das mudanças climáticas à violência de gênero, professora Danielly Clemente elenca cinco temas recentes que desafiam a garantia de direitos e exigem respostas coletivas.
O Dia Internacional dos Direitos Humanos, celebrado em 10 de dezembro, é um convite anual à reflexão sobre os desafios que têm moldado a vida em sociedade. Para a professora Danielly Clemente, docente da disciplina no curso de Direito da Unileão, a data ressalta a importância de atualizar o debate diante de questões que vão da crise climática ao avanço tecnológico. Segundo ela, cinco temas são centrais para compreender o cenário atual dos direitos humanos.
O primeiro deles é a justiça ambiental, diretamente ligada ao racismo ambiental e aos efeitos desproporcionais que recaem sobre populações vulneráveis. O segundo, é o direito à diferença, que reforça a importância de reconhecer a pluralidade e as necessidades específicas de cada grupo social.
“Durante muito tempo a gente utilizou o paradigma do direito à igualdade, mas quando essa igualdade invisibiliza determinadas populações, emerge o sentido do direito à diferença. Então, hoje, um dos grandes paradigmas dos Direitos Humanos é isso, a gente ter o respeito e a tolerância àquilo que é diferente”, explica a professora.
O impacto das tecnologias digitais também ganhou espaço nas discussões da área. Para a professora Danielly, a expansão da inteligência artificial traz implicações diretas para direitos fundamentais como privacidade, proteção de dados e acesso à informação. Ela destaca ainda a chamada desinformação algorítmica, quando conteúdos enganosos são impulsionados por sistemas digitais.
A professora também ressalta a proteção de povos indígenas e quilombolas, que seguem enfrentando ameaças a seus territórios, saberes e formas de existência. A defesa desses grupos, afirma, também significa preservar o patrimônio histórico, cultural e científico da humanidade.
Outra urgência, na análise da professora, é o enfrentamento à violência de gênero, agravada por discursos misóginos e ataques cotidianos aos direitos das mulheres. De acordo com Danielly, o tema exige mobilização coletiva e políticas efetivas de proteção.
“Nas últimas semanas, a gente tem observado, de forma muito constante e brutal, atos de violência contra as mulheres, impulsionados, em grande parte, por discursos misóginos e pela resistência à conquista de seus direitos. É fundamental dedicar espaço a essa questão, dado o impacto e a urgência do assunto”, considera.
Além do debate em sala de aula, a Unileão desenvolve ações que fortalecem a promoção dos Direitos Humanos em diferentes áreas do conhecimento.
No curso de Direito, iniciativas como a Liga Acadêmica de Geopolítica e Interesses Internacionais (LAGII) promovem estudos sobre conflitos, migrações e sistemas de garantia de direitos. Já o Grupo de Extensão em Direito, por meio do Projeto PROELA, desenvolve ações educativas sobre a Lei Maria da Penha e o papel dos homens no enfrentamento à violência. As atividades são realizadas com jovens e adolescentes do sexo masculino da rede pública de ensino, com foco na prevenção da violência de gênero.
Na Psicologia, práticas de atendimento supervisionado, projetos comunitários e pesquisas abordam temas como vulnerabilidades sociais, violência e saúde mental. E, na área da saúde, iniciativas de Enfermagem, Medicina e Odontologia reforçam o cuidado humanizado. Entre elas, destacam-se o projeto Enfermagem da Alegria, o Sorriso da Alma, e a parceria do curso de Odontologia com o Complexo Oncológico Carlos Acutis, que oferece laserterapia preventiva a crianças e adolescentes em tratamento contra o câncer, tratamento ainda não disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Na Fisioterapia, ações de reabilitação, acessibilidade e inclusão beneficiam pessoas com deficiência. A recém-inaugurada Clínica de Fisioterapia Pediátrica, por exemplo, tem ampliado o atendimento a crianças com deficiência seus familiares.
Para explorar mais a fundo o tema dos Direitos Humanos, acesse os conteúdos disponíveis nos links abaixo:
Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH)
Como denunciar violação de Direitos Humanos e como buscar ajuda em caso de violência contra as mulheres