Estudo discute o papel da educação na compreensão das mudanças climáticas e no enfrentamento das desigualdades socioambientais.
A produção científica do Mestrado Profissional em Ensino em Saúde (MePeSa) da Unileão volta a ganhar destaque no cenário acadêmico. O egresso Francisco Renato Silva Ferreira, em coautoria com os mestrandos Cilianne Édila Leandro de Sousa, Isael Ferreira de Sousa Teles e Marcos Rondinelli Rodrigues Sá, além das docentes Moema Alves Macêdo e Emília Suitberta de Oliveira Trigueiro, teve um artigo publicado na Revista Cadernos Cajuína.
Intitulado “Alfabetização climática: compreender o planeta para transformar realidades”, o estudo aborda a alfabetização climática como uma dimensão formativa essencial diante do agravamento das mudanças climáticas e do aprofundamento das desigualdades socioambientais no Brasil e no mundo.
A pesquisa parte da compreensão de que os fenômenos climáticos não podem ser tratados apenas como eventos naturais, mas como processos historicamente e politicamente situados, influenciados por modelos de desenvolvimento, disputas territoriais e pela distribuição desigual dos riscos ambientais entre diferentes grupos sociais.
Por que é importante falar sobre o tema?
Para o professor Francisco Renato, que concluiu graduação, pós-graduação e mestrado na Unileão, e é o autor principal do trabalho, desenvolver um estudo sobre alfabetização climática nasce do compromisso com a vida, com a responsabilidade social e principalmente com a educação.
“A crise climática, que foi bastante discutida há pouco tempo – no mês passado, tivemos um dos encontros mais importantes, que impactou diversas áreas do nosso país –, deixou de ser apenas uma projeção futura. Hoje, posso afirmar que ela passou a fazer parte do nosso cotidiano, afetando diretamente a nossa realidade”, disse.
Segundo o professor, diante desse contexto de vulnerabilidade, cuja discussão é extremamente urgente, “é fundamental dialogar e compartilhar esse tema não apenas no campo da educação, mas também na saúde e em todo o contexto educacional de forma ampla. Investigar essa temática teve como principal objetivo contribuir com as escolas e com os espaços de educação e saúde, considerando que se trata de um fenômeno diretamente ligado às escolhas humanas, políticas e econômicas – e não apenas a fatores naturais ou climáticos”, explica.
Em conclusão, o estudo “trata-se de uma pesquisa que possibilita a formação de sujeitos mais conscientes, sensíveis e participativos, capazes de interpretar os impactos ambientais e questionar as desigualdades presentes na nossa sociedade. Sujeitos críticos, capazes de defender esse contexto de forma mais consciente, protegendo não apenas o planeta, mas a vida humana”, finaliza o professor.