Unileão é contra o abandono de animais e desenvolve ações que visam reduzir o impacto desse tipo de crime ambiental.
A lealdade dos animais é bem conhecida por quem cria pets e já inspirou diversos filmes, alguns baseados em fatos reais, como é o caso das histórias de Tally Ho e Hachiko, apresentadas em “Cão Vermelho” (2011) e “Sempre ao Seu Lado” (2009), respectivamente. Os dois cachorros citados passaram por situações semelhantes: seus tutores faleceram e, incapazes de entender que não os veriam novamente, nunca deixaram de procurá-los.
Assim como os dois cães fieis, Belinha, Mel, Tom, Bob, Rex, Mingau, Luna, Nina e tantos outros animais de estimação jamais abandonariam seus donos. Por que, então, abandoná-los?
Os animais são seres sencientes, ou seja, capazes de experimentar emoções e sentimentos de maneira consciente. Logo, o abandono dos tutores pode trazer consequências não só físicas para os bichos abandonados, como também emocionais.
Sobre as consequências físicas, a desnutrição e a maior vulnerabilidade à exposição de doenças, agressões e acidentes põem em risco a vida dos animais abandonados e das pessoas, pois os bichos passam a configurar uma ameaça à saúde pública, como explica a professora do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Doutor Leão Sampaio (Unileão) Inês Nunes Queiroga.
“Os animais abandonados passam a ser nomeados de animais errantes e as sequelas comportamentais e na saúde observadas neles são muitas vezes incuráveis. Esses animais deambulam pelas ruas sem vacinação ou qualquer outro controle populacional, permanecendo expostos a doenças e, de modo consequente, transmitindo-as”, observa.
Como forma de contribuir com uma das consequências do abandono que mais influencia para o aumento de animais nas ruas, que é a ausência do controle na procriação dos bichos, a Unileão, por meio do curso de Medicina Veterinária da Instituição e em parceria com a Prefeitura do Município de Juazeiro do Norte, desenvolve uma ação de castração de cães e gatos com o Castramóvel.
A iniciativa é voltada atualmente apenas para animais de rua e funciona com o apoio do Centro de Controle de Zoonoses de Juazeiro do Norte (CCZ), que contribui na captura dos animais e no transporte ao Hospital Veterinário da Unileão.
As castrações são realizadas por alunos da Instituição, devidamente supervisionados por médicos veterinários, que acompanham todos os procedimentos e garantem o resultado da intervenção cirúrgica, bem como a saúde e o bem-estar dos animais atendidos.
O serviço gratuito também será ofertado, em breve, para tutores de baixa renda. O contato para os agendamentos destinados a esse público será disponibilizado em breve, pelos canais oficiais de comunicação da Unileão.
O curso de Medicina Veterinária da Unileão também promove diversas ações educativas ao longo do ano visando informar a população acerca da adoção consciente, onde apresenta as responsabilidades dos tutores e as necessidades dos animais que são adotados, de forma que os pretendentes entendam que pets exigem cuidado e atenção, algo muito além de um lugar para dormir, comida e água.
A graduação incentiva a adoção ao invés da compra e sugere que as pessoas busquem as feiras organizadas por entidades filantrópicas, como as Organizações Não Governamentais (ONGs). O curso também pretende realizar feiras de adoção envolvendo os animais de rua que forem castrados no Hospital Veterinário da Unileão.
O cenário da pandemia do novo coronavírus aumentou o número de abandono de animais por diversos fatores, dentre eles as fake news sobre as formas de contágio da nova ameaça global. Embora não haja evidência científica de que animais de estimação possam transmitir o vírus da covid-19, pessoas levadas pela desinformação acabam por acreditar nos conteúdos espalhados na internet e abandonando seus pets com medo de adoecerem.
Outra causa comum de abandono devido ao novo cenário da pandemia diz respeito aos tutores que perdem seus empregos, reduzindo o poder econômico e impactando na capacidade financeira de manter a guarda dos animais. Há, ainda, os casos em que os pets são “herdados” de parentes falecidos e que não há interesse dos familiares dos ex-tutores de cuidar dos bichos.
Além desses fatores, há motivações diversas, como as baseadas no comportamento dos animais, na idade ou nas condições de saúde dos bichos, bem como no arrependimento da compra ou adoção a partir do momento que é sentida a responsabilidade com o cuidado dos pets. Em todos os casos, o abandono é sempre desaconselhado e configura-se como um crime ambiental.
São ações indicadas para os tutores que estão em situação de impossibilidade de permanecer com a guardar dos pets: procurar por grupos de apoio à causa animal, instituições de credibilidade públicas e privadas, promover ações nas redes sociais visando o suporte com o tratamento, nas contas com a criação do pet, bem como divulgar o animal para adoção.
O abandono de animais configura-se como maus-tratos e é considerado crime ambiental, conforme o Artigo 32 da Lei Nº 9.605/98. Atualmente, a pena prevista na Lei de Crimes Ambientais para esse tipo de conduta é de 3 meses a 1 ano de detenção e multa, podendo ser de 2 a 5 anos, multa e proibição da guarda para os casos que envolvam cães e gatos, conforme o parágrafo incluído pela Lei Nº 14.064, de 2020.
“A problemática do abandono precisa ser reconhecida como algo sério. Ao abandonar animais, estamos perdendo o controle de infestações por doenças que refletem gravemente na saúde do coletivo. É preciso reconhecer, também, a importância que os animais domésticos exercem na sociedade e, por último, o que deveria ser o princípio básico de um mundo civilizado: o respeito à vida”, enfatiza a profa. Inês Nunes Queiroga.
Para promover o debate sobre a causa animal no Ceará, a Lei Nº 16.667, de 11 de outubro de 2018, institui o Dia Estadual de Combate a Maus Tratos de Animais, celebrado no dia 4 de outubro, em alusão ao Dia Mundial dos Animais, que é comemorado na mesma data.
Com uma formação consistente e repleta de atividades práticas, o curso de Medicina Veterinária da Unileão capacita estudantes da graduação para garantir a saúde e o bem-estar dos animais. Os veterinários formados pela Instituição serão profissionais habilitados a atuarem com competência nas diversas áreas estabelecidas pela Lei Federal Nº 5.517, que dispõe sobre o exercício dos Médicos Veterinários:
Os profissionais da área também podem atuar na educação, por meio da docência, atividades de extensão, pesquisa, supervisão técnica e administrativa, direção e coordenação de cursos.
Para auxiliar nas atividades práticas do curso de Medicina Veterinária da Unileão e oferecer mais um espaço com serviços de qualidade para o benefício da população do Cariri, a Instituição investiu na construção de um Hospital Veterinário e de uma Fazenda-Escola, essa última em fase final de construção.
Nesses espaços, serão oferecidos serviços de qualidade com valores subsidiados pela Instituição. Os dois equipamentos são importantes para a aprendizagem dos alunos e oferecem prática para as habilidades clínicas, permitindo a vivência da realidade da profissão no dia a dia, e para a capacitação dos estudantes no trabalho com inseminação artificial, melhoramento genético e de raça, produção de alimentos, indústria farmacêutica, entre outras áreas.
O Hospital Veterinário conta com salas de aula, salas de atendimento clínico, além de laboratórios de Patologia Clínica, Parasitologia, Microbiologia e Imunologia.
A Fazenda-Escola, por sua vez, é utilizada para aulas práticas e na criação e produção animal. A graduação presta serviços de reprodução animal e consultoria na área de produção animal.
Responsabilidade social e ambiental no trato com os animais.