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Unileão aberta à Melhor Idade: projeto oferta 40 vagas para atividades gratuitas no campus Crajubar

Programa de extensão não exige nível de escolaridade e qualquer pessoa, acima de 60 anos, pode se inscrever.

21/08/2023 10:54 am - Atualizado em 21/08/2023 10:56 am - COMPARTILHE: - + Imprimir

A aposentada Ilma Macêdo descobriu no projeto “Universidade para Melhor Idade” uma segunda família. Ela mora sozinha, participa dos encontros desde 2013 e diz que “sempre tem alguma coisa nova para aprender”.

“Estamos sempre aprendendo algo novo e partilhando as nossas realidades. A gente se diverte muito, até esquece os nossos problemas. É muito bom também para as pessoas que moram só, porque a gente participa dessa grande família, porque para mim é uma família, a gente aprende a ter melhor qualidade de vida, para mim é tudo de bom, a gente arranja muitos amigos”, afirma Ilma.

Rita Maria, também aposentada, é da mesma opinião: “É um projeto bom, cada dia fica melhor. Gosto muito do coral e das outras aulas, a parte do conhecimento, é muito bom pra nós”.

Assim como elas, outros idosos, a partir dos 60 anos, independente da escolaridade, podem se inscrever no projeto, que abriu novas turmas. São 40 vagas e as atividades acontecem às quintas e sextas-feiras, no período da manhã, ministradas por professores voluntários. A ideia, de acordo com a coordenadora, Suzana de Alencar, é despertar o “protagonismo sênior”, promovendo qualidade de vida e bem-estar.

Os interessados podem realizar a matrícula no Núcleo de Atendimento da unidade Crajubar da Unileão (próxima à Cajuína e onde também acontecem as atividades), levando documentos pessoais, foto 3×4 e comprovante de residência.

Conteúdos trabalhados

O projeto “Universidade para Melhor Idade” funciona desde 2004. São duas turmas, uma mais avançada e outra em fase inicial, que trabalham áreas do conhecimento como Saúde, Educação, Lazer, Assistência Social, Direito, Cidadania e Cultura.

Josefa Costa é advogada e há pouco mais de um ano ministra o curso de “Direitos Humanos e Cidadania” na turma “Solidariedade não tem Idade”. Para ela, estar no projeto é “um afago na alma”. “Pra mim, é muito satisfatório. Eu sempre fiquei muito incomodada com a forma com que os idosos são tratados. Aqui no Cariri, principalmente, a gente tem muita deficiência. É um afago na minha alma poder passar pra eles tudo que eles precisam saber dos seus direitos”, considera.

Entre os objetivos do curso, a professora procura contextualizar o tema dos direitos humanos nas instituições. Em umas das aulas, por exemplo, ela propôs um pequeno teatro e a confecção de cartazes em que os alunos apresentavam situações de desrespeito vividas por eles no dia a dia. A intenção foi “provocar intervenções positivas e elevá-las a um plano extra sala”.

Fotos: Arquivo pessoal/professora Josefa Costa

“No primeiro semestre, a gente bateu bastante o Estatuto do Idoso. E agora, a gente acha que já está preparado para levar essas situações que eles vivenciam no dia a dia, para provocar essas intervenções dentro das instituições”, afirma.

Além da importância de conhecer os direitos humanos para a resolução de questões diversas, como o desrespeito em vagas preferenciais em estacionamentos, bancos ou atendimentos médicos, a professora também trabalha de que modo se pode fazer a defesa dos idosos nessas situações.

“A gente tenta identificar como a classificação dos direitos humanos está sendo feita, principalmente com relação às abordagens, se essas abordagens estão sendo assertivas, estão sendo objetivas no tocante à utilização do Estatuto do Idoso, que, por sinal, este ano fará 20 anos”, diz.

Josefa também ressalta que ao promover o projeto “Universidade para Melhor Idade”, a Unileão cumpre o que diz o Estatuto do Idoso, especialmente no capítulo 5, artigos 20 e 25, respectivamente: “O idoso tem direito à educação, cultura, esporte e lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços, que respeitam sua peculiar condição de idade” e “O Poder Público apoiará a criação de universidade aberta para as pessoas idosas e incentivará a publicação de livros e periódicos, de conteúdo e padrão editorial adequados ao idoso, que facilitem a leitura, considerada a natural redução da capacidade visual”.

Ou seja, essa universidade aberta – explica a professora – está prevista como curso de extensão no Estado do Idoso, e a Unileão tem cumprido esse preceito. “Para mim é uma satisfação enorme, eu amo a turma, a minha aula é na sexta-feira e boa parte deles são prioridades da prioridade”.

Para saber mais

O Programa Universidade para Melhor Idade, promovido pelo Centro Universitário Dr. Leão Sampaio (Unileão) é gratuito e iniciou as atividades em 2004. Tem como objetivo contribuir para a valorização da pessoa idosa, promovendo a participação social, melhoria na qualidade de vida, resgatando a dignidade e assegurando a vivência em sociedade de forma intergeracional, isto é, entre duas ou mais gerações. A primeira turma do projeto se formou no dia 10 de outubro de 2005, mas os alunos gostaram tanto que pediram a continuação das atividades.


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