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Agosto Dourado: Unileão reforça que amamentar é nutrir vínculos, saúde e afeto

O aleitamento materno vai além da nutrição: fortalece o vínculo, protege o bebê e exige apoio emocional e técnico para acontecer com segurança. A Unileão ouviu professoras dos cursos de Enfermagem e Psicologia para destacar a importância desse tema especialmente na formação em Saúde.

01/08/2025 11:52 am - COMPARTILHE: - + Imprimir

Agosto Dourado é o mês dedicado à valorização do aleitamento materno como um gesto de amor, cuidado e promoção da Saúde. A cor dourada simboliza o “padrão ouro” de qualidade do leite materno, reconhecido por sua relevância nutricional, imunológica e afetiva. O Centro Universitário Doutor Leão Sampaio (Unileão) soma forças à campanha nacional, que mobiliza profissionais e instituições em todo o país, reafirmando seu compromisso com o cuidado integral e a formação humanizada.

As professoras Nadja França, do curso de Enfermagem, e Emília Suitberta, do curso de Psicologia, ressaltam que o aleitamento materno vai muito além da alimentação: trata-se de um momento de conexão emocional profunda, fortalecimento de vínculos e estímulo ao desenvolvimento integral do bebê.

Amamentação como experiência afetiva

Para a professora Emília Suitberta, que leciona a disciplina Psicologia do Desenvolvimento Infantil, o aleitamento é um momento privilegiado de construção de vínculo com o bebê.

“A gente pode imaginar que é um momento de grande conexão entre o bebê que está sendo alimentado, necessitando tanto da nutrição física, mas, principalmente, de uma nutrição emocional, digamos assim. E a amamentação é capaz de proporcionar isso, porque tem um contato mais próximo, um contato pele-a-pele”, afirma.

A professora também explica que esse tempo de interação promove o desenvolvimento afetivo, trazendo benefícios físicos e cognitivos. O leite materno, por ser um alimento vivo, adapta-se diariamente às necessidades do bebê, o que não acontece com fórmulas industrializadas [leites artificiais preparados para substituir ou complementar o leite materno]. “Quanto mais tempo a criança passa ali sendo alimentada no seio, mais essa aproximação vai acontecendo […] Tem muitas pesquisas que comprovam que isso pode levar, por exemplo, a um desenvolvimento cognitivo melhor posteriormente, porque o bebê vai ter uma nutrição melhor”.

No entanto, ela chama a atenção para os desafios emocionais que podem surgir nesse processo. Estresse, noites mal dormidas, sobrecarga física e emocional podem impactar a produção de leite e a capacidade de amamentar com tranquilidade.

“A amamentação é um processo fisiológico, mas não automático, exige uma produção hormonal constante. Quando a mulher enfrenta situações de estresse, pode ter dificuldade na produção de hormônios adequados, o que interfere diretamente na amamentação. Se esse processo já começa com dificuldades, isso pode intensificar sentimentos como angústia e preocupação, criando um ciclo vicioso”, alerta.

Diante disso, a Psicologia Perinatal tem papel essencial no cuidado com a mulher desde o pré-natal, contribuindo para que ela possa compreender as mudanças que vivencia e receber o suporte necessário.

“Pensar no suporte à amamentação é pensar em técnicas que a equipe multiprofissional vai ajudar bastante, mas é pensar também no suporte emocional para essa mulher que está passando por tantas transformações na sua vida, no seu corpo, no seu psiquismo e na sua estrutura social”.

O papel da Enfermagem na promoção e apoio à amamentação

Na perspectiva da Enfermagem, o apoio técnico contínuo à mulher é determinante. A professora Nadja França, docente da disciplina Enfermagem em Saúde da Criança e do Adolescente, destaca o acompanhamento no pré-natal, parto e pós-parto que ajuda a puérpera [a mulher que acabou de dar à luz] a superar dificuldades, orientando-a da melhor forma possível.

Ela menciona que desafios como dor, insegurança, fissuras, pega incorreta [a maneira como o bebê se posiciona e agarra o mamilo da mãe durante a mamada] e falta de apoio emocional são comuns no início da amamentação, e que o atendimento qualificado pode fazer a diferença. “A Enfermagem ajuda com acolhimento, escuta ativa e orientações práticas para um melhor manejo da amamentação. Avaliamos a pega, o posicionamento, e buscamos aliviar o desconforto com empatia.”

Outro aspecto importante é o combate a mitos e desinformações, como a ideia de “leite fraco”, que ainda persiste culturalmente. “Com explicações simples e baseadas em evidências, conseguimos mostrar que todo leite materno é adequado, suficiente e insubstituível”, diz a professora.

Essas práticas são fortalecidas na Unileão por meio da Liga Acadêmica de Enfermagem em Saúde da Mulher e da Criança (LAESMC), que promove rodas de conversa, ações educativas e projetos de extensão, integrando teoria e prática desde a graduação. As atividades podem ser acompanhadas na página do Instagram: @laesmc_unileao

Apoio emocional e rede de cuidado

A amamentação exige tempo, dedicação e uma rede de apoio constante. Segundo a professora Emília, é essencial que as mulheres contem com suporte profissional, familiar e social desde o nascimento do bebê. Esse cuidado inclui o uso de fórmulas apenas quando realmente necessário, além de orientações adequadas e, sempre que possível, acompanhamento psicológico desde a gestação até o pós-parto. “Tudo isso é extremamente necessário para que se estabeleça um processo de amamentação saudável, trazendo benefícios tanto para a mãe quanto para o bebê”, destaca.

A professora Nadja reforça que, além desse apoio, políticas públicas e ações mais amplas podem fortalecer o cenário de proteção ao aleitamento materno. “A implementação de mais salas de apoio à amamentação nas empresas e instituições, o fortalecimento da Rede Cegonha/Rede Alyne e a capacitação de profissionais são ações que fazem a diferença”.

Cuidar de quem cuida

Com formação voltada ao cuidado integral e humanizado, a Unileão investe em práticas interdisciplinares, metodologias ativas e ações extensionistas que aproximam o conhecimento acadêmico das realidades sociais. Ao tratar o aleitamento materno como um tema transversal entre os cursos, a Instituição reafirma seu compromisso com a saúde pública e o fortalecimento dos vínculos familiares desde os primeiros momentos da vida.


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