Nesta homenagem especial, três professores da Unileão compartilham o que aprenderam com a docência e como o ensino se tornou parte de quem são, dentro e fora da sala de aula.
Neste Dia dos Professores, o Centro Universitário Doutor Leão Sampaio (Unileão) celebra todos os educadores a partir de uma filosofia de vida: “Aprende para ensinar, ensina para viver, vive para educar”. Inspirados por essa visão, três professores compartilham o que aprenderam com a docência e como o ensino se tornou parte de quem são, dentro e fora da sala de aula.
Recém-chegado à Unileão, o professor Edmar Mesquita Neto, do curso de Medicina, acredita que ensinar começa pela escuta. “Aprendi a importância da vulnerabilidade e da autenticidade no processo de aprendizado. Muitos estudantes compartilham dúvidas, medos e desafios com uma honestidade admirável, e isso me lembra diariamente que é nesse espaço de abertura que o crescimento real acontece, tanto para o aluno quanto para o professor”.
Já a professora Tatianny Alves guarda na memória a história de um aluno que quase desistiu do curso por causa de uma nota baixa. Graças a uma conversa franca e à adequação no plano de aula, conseguiu ajudá-lo a permanecer. “Saber que meu olhar atento, minhas palavras ou até uma metodologia diferenciada foram pontos de virada nesse processo é algo que me emociona profundamente […] “Hoje, já formado, é um profissional brilhante”, recorda. Desde 2016 lecionando no curso de Fisioterapia, ela afirma que a história de cada aluno a faz lembrar por que escolheu ser professora.
A trajetória do professor Alexandre Carneiro é parecida. Ele chegou em 2019 para integrar o corpo docente do curso de Medicina Veterinária. Com experiência prática e foco na formação técnica dos estudantes, acredita que a docência o faz “observar o mundo com mais paciência e propósito”. Um dos momentos mais significativos de sua trajetória foi o relato de um ex-aluno que, inspirado pelas aulas práticas, decidiu seguir carreira na área rural. “Cada conversa, cada desafio cotidiano, transforma-se em exemplo vivo do que ensino em sala. É um ciclo constante de aprendizado mútuo”, diz.
Leia a entrevista na íntegra.
1) O que aprendeu diretamente com seus alunos e leva pra vida?
Prof. Mesquita Neto: “Aprendi a importância da vulnerabilidade e da autenticidade no processo de aprendizado. Muitos estudantes compartilham dúvidas, medos e desafios com uma honestidade admirável, e isso me lembra diariamente que é nesse espaço de abertura que o crescimento real acontece — tanto para o aluno quanto para o professor”.
Profa. Tatianny: “O ensino é uma via de mão dupla. Meus bonit’s (como chamo os alunos) me lembram todos os dias que a curiosidade, a coragem de começar do zero e a vontade de transformar realidades são combustíveis poderosos. Aprendi com eles a ter paciência com os processos, a enxergar a beleza no aprendizado contínuo e a acreditar ainda mais no potencial humano. Eles me ensinam que educar não é apenas transferir conhecimento, mas construir pontes e isso é algo que levo comigo em todas as áreas da vida”.
Prof. Alexandre: “Ensinar é também reaprender. Cada olhar curioso me lembra que o conhecimento só floresce quando é compartilhado com humildade e empatia”.
2) Que atitudes ou valores ajudam a transformar o ensino em algo que vai além do conteúdo técnico?
Prof. Mesquita Neto: “Acredito no ensino com propósito. Valorizo a humanização, o diálogo e a construção de sentido. Trazer o paciente como ser integral para o centro da discussão clínica, conectar teoria com vivência, e criar espaços de reflexão ética são estratégias que transformam o conteúdo técnico em formação humana”.
Profa. Tatianny: “O ensino só se torna verdadeiramente transformador quando é atravessado por valores humanos. Ética, empatia, escuta ativa e respeito pelo tempo e pela história de cada bonit’s são, para mim, fundamentais. A técnica é essencial, mas ela floresce quando é conduzida com sensibilidade e propósito. Quando a sala de aula vira um espaço seguro para questionar, errar, recomeçar e crescer, o conhecimento deixa de ser apenas conteúdo e passa a ser ferramenta de vida”.
Prof. Alexandre: “Respeito, escuta ativa e propósito. Ensinar é tocar a essência humana, despertando senso crítico, sensibilidade e responsabilidade social, pilares que formam o verdadeiro profissional veterinário”.
3) Houve algum momento em que percebeu que a sua forma de ensinar mudou a vida de um aluno?
Prof. Mesquita Neto: “Poder participar do desenvolvimento individual de cada aluno, contribuindo com orientação e escuta ativa, é algo extremamente gratificante e engrandecedor para mim como professor. Em vários momentos pude discutir com os alunos tópicos que vão além do conteúdo técnico que estamos habituados a transmitir. Tivemos diálogos sobre planos de carreira, vivências práticas, organização de estudos e de rotinas. Também conversamos sobre expectativas em relação à profissão e à vida pessoal”.
Profa. Tatianny: “Cada um deles me lembra por que escolhi a docência… Recordo especialmente de um que, após uma nota baixa, queria ‘trancar’ [o curso] e desistir. Pois sentia-se incapaz. Conversamos, alinhamos expectativas e propósito para o plano de estudos fora sala de aula, desenvolvendo o seu próprio potencial, e hoje já formado é um profissional brilhante. Saber que meu olhar atento, minhas palavras ou até uma metodologia diferenciada foram pontos de virada nesse processo é algo que me emociona profundamente. Não há maior recompensa do que ver um bonit’ encontrar o próprio caminho”.
Prof. Alexandre: “Quando um ex-aluno me contou que escolheu permanecer na área rural por inspiração em nossas aulas práticas. Percebi ali que o ensino é uma semente que continua germinando, mesmo longe da sala de aula”.
4) Como a docência influencia sua rotina, dentro e fora da universidade?
Prof. Mesquita Neto: “Me tornou um profissional mais atento, um médico mais empático e uma pessoa mais aberta ao diálogo. Fora da universidade, levo comigo a mesma postura de escuta, aprendizado contínuo e compromisso com a transformação social que a educação representa”.
Profa. Tatianny: “A docência molda meu olhar sobre o mundo. Dentro da universidade, me desafia a estar sempre estudando, atualizada e aberta ao novo. Fora dela, influencia a forma como me relaciono, como escuto e como enxergo o potencial das pessoas. Ensinar me torna uma aprendiz constante”.
Prof. Alexandre: “A docência me faz observar o mundo com mais paciência e propósito. Cada conversa, cada desafio cotidiano, transforma-se em exemplo vivo do que ensino em sala. É um ciclo constante de aprendizado mútuo”.
5) Que mensagem gostaria de deixar para os alunos e colegas neste Dia dos Professores?
Prof. Mesquita Neto: “Aos alunos, que nunca percam a curiosidade e a coragem de perguntar; aos colegas professores, que mantenham viva a chama de inspirar pelo exemplo. Ensinar é semear o futuro com cada palavra, gesto e silêncio acolhedor. Que tenhamos orgulho e responsabilidade desse papel”.
Profa. Tatianny: “Desejo que nunca percam a chama da curiosidade e da paixão. Ensinar é um ato de fé no futuro, e aprender é um gesto de coragem. Que continuemos construindo juntos espaços onde o conhecimento transforme, emancipe e cure. E que jamais esqueçamos: cada aula tem o poder de mudar vidas, inclusive a nossa”.
Prof. Alexandre: “Que nunca esqueçamos: formar vidas é um ato de coragem e amor. Que cada aula seja um gesto de esperança e cada aluno, a prova de que vale a pena acreditar na educação”.
6) Se pudesse resumir em uma frase o que significa ser professor, qual seria?
Prof. Mesquita Neto: “Tocar o futuro com as mãos do presente, plantando ideias que florescem na vida dos outros”.
Profa. Tatianny: “Despertar potencialidades e caminhar com elas até que se tornem conquistas. Acreditar no invisível e ajudar a transformá-lo em realidade”.
Prof. Alexandre: “Cultivar mentes e corações, com ciência nas mãos e paixão no olhar”.