Campanha tem foco na prevenção ao HIV, na assistência aos soropositivos e na promoção dos Direitos Humanos às pessoas com ISTs.
A campanha Dezembro Vermelho tem foco na prevenção ao HIV, na assistência aos soropositivos e na promoção dos Direitos Humanos às pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Trata-se de uma iniciativa nacional instituída pela Lei nº 13.504/2017 que reúne um conjunto de atividades e mobilizações para a conscientização sobre o assunto e o enfrentamento ao preconceito.
Pela falta de informação entre a população, portadores do HIV e pacientes com Aids são vítimas de preconceito, têm direitos desrespeitados e são marginalizados pela sociedade. Como forma de apoio a essa causa mundial, o Centro Universitário Doutor Leão Sampaio (Unileão) desenvolve uma formação inclusiva e humanizada em seus cursos, formando profissionais pautados no respeito e no acolhimento.
A docente do curso de Enfermagem da Unileão Shura do Prado ressalta o papel dos enfermeiros formados pela Instituição no atendimento prestado a pessoas com HIV nas unidades de saúde.
“O profissional de Enfermagem capacitado pela Unileão acolhe o indivíduo soropositivo de HIV da mesma forma que qualquer outro. As práticas incorporam os conhecimentos técnico-científicos às bases filosóficas do cuidar, consolidando e valorizando o outro em sua totalidade e, assim, preservando o princípio da humanização”, destaca. Ela lembra, ainda, que a graduação leva informações e cuidados para as consultas nos estágios curriculares na atenção básica.
Já o curso de Direito da Unileão, por sua vez, reafirma a importância do combate aos preconceitos em sua estrutura curricular, nas disciplinas de Direito Penal, Direito Previdenciário e Direito do Trabalho, oportunidade na qual reforça a necessidade de respeito aos Direitos Humanos.
“O combate ao preconceito é importante para o processo de humanização do paciente, que se sentirá amparado, auxiliando-o em sua recuperação. O preconceito edifica uma barreira que torna intransponível a vontade do paciente em procurar os serviços de Saúde para ações de prevenção, para a identificação precoce da doença e, assim, acaba não recebendo o tratamento adequado”, observa o coordenador adjunto do curso de Direito da Unileão, prof. Christiano Siebra.
Ter HIV não é motivo para marginalização ou isolamento, uma vez que a Ciência permite o controle do vírus no organismo de pessoas infectadas. No entanto, de acordo com dados da UNAIDS Brasil, 64% das pessoas que vivem com HIV ou Aids no país já sofreram alguma forma de discriminação.
Para melhorar esse cenário, o plano de Estratégia do UNAIDS 2016–2021, uma das primeiras iniciativas no sistema das Nações Unidas a ser alinhada às Metas de Desenvolvimento Sustentável, estabelece a eliminação da discriminação relacionada ao HIV como marco estratégico para 2020 e inclui o fim da epidemia da Aids até 2030.
HIV é a sigla em inglês para vírus da imunodeficiência humana, organismo que afeta células específicas do sistema imunológico, especialmente os linfócitos T-CD4+ e, ao contrário de outros vírus, o corpo humano não consegue se livrar do HIV.
“Não há cura para a infecção pelo HIV, mas há medicamentos que podem reduzir drasticamente a progressão da doença. Alguns estudos estão sendo desenvolvidos e novas descobertas podem surgir”, avalia a profa. Shura do Prado.
O HIV pode levar pessoas infectadas ao desenvolvimento da síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids), no entanto, ser portador do vírus não significa estar com a síndrome. Somente em uma fase muito avançada de enfraquecimento do sistema imunológico do corpo que se é diagnosticada a Aids.
Antes de alcançar o estágio avançado da doença, é possível ter uma qualidade de vida semelhante à de pessoas soronegativas, por meio dos cuidados e tratamentos adequados. Mesmo sem ter cura, o tratamento conhecido como terapia antirretroviral (ART) prolonga significativamente a vida de pessoas infectadas com o HIV e reduz as chances de transmissão do vírus.
As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) podem ser causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. São transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal ou anal), onde, sem o uso de camisinha, uma pessoa contaminada transmite a doença para outra.
Pode acontecer, ainda, da mãe transmitir a doença para o filho ou filha durante a gestação, parto ou amamentação. No caso do HIV, que também se espalha por fluídos corporais, a transmissão também pode ocorrer pelo compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas com sangue.
As principais manifestações clínicas das ISTs são: corrimentos, feridas e verrugas anogenitais.
Os sintomas podem ser facilmente confundidos com outras doenças, por isso a única forma de diagnosticar o HIV é por meio do teste. No Brasil, exames laboratoriais e testes rápidos detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos e podem ser realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). Quanto mais cedo o diagnóstico, mais rápido e melhores são os efeitos do tratamento.
Desde junho de 2014, vigora no Brasil a Lei Nº 12.984, que define como crime a discriminação contra pessoas com HIV e pacientes com Aids. Confira os detalhes das condutas discriminatórias previstas na lei clicando aqui.
“São assegurados aos portadores de HIV diversos direitos, tais como Auxílio-doença sem a necessidade de cumprir a carência de contribuição, para quem tenha a qualidade de segurado no sistema de previdência, a aposentadoria por invalidez e os benefícios de prestação continuada”, enfatiza o prof. Christiano Siebra.
Celebrado anualmente em 1º de dezembro, o Dia Mundial de Luta Contra a Aids abre a campanha do Dezembro Vermelho e traz o debate sobre a transmissão e prevenção da doença, atuando no combate ao preconceito sofrido por pessoas com HIV. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1987, na Assembleia Mundial da Saúde.