Concentração dos índices de violência contra a população negra é uma das maiores expressões de desigualdade racial no país.
Historicamente, o Brasil somou quase quatro séculos de escravidão no país. A prática que a história apresenta como encerrada em 1888, no entanto, seguiu por muito mais tempo e trouxe consequências que são vividas até os dias de hoje pela população negra, grupo mais atingido pela violência policial e pelas desigualdades sociais e econômicas.
Uma das maiores expressões de desigualdade racial no país é a forte concentração dos índices de violência contra a população negra, sendo os jovens as principais vítimas de homicídios no país, de acordo com o Atlas da Violência 2020.
Os estados que concentraram as maiores taxas de homicídios contra pessoas negras em 2018 pertencem às regiões Norte e Nordeste. Nesse contexto, o Ceará ocupa o terceiro lugar com uma taxa de 65,5 assassinatos por 100 mil habitantes negros, o que representa um crescimento percentual de 187,5% nos últimos 10 anos.
Aceito para compor o primeiro e-book do Instituto da Advocacia Negra Brasileira (IANB), o artigo de opinião feito pela coordenadora Administrativa da Pró-Reitoria Pedagógica da Unileão, Janiele Feitosa, traz à tona questões de igualdade racial e seus desdobramentos no âmbito das relações de trabalho.
“É muito comum ouvir que todas as pessoas são iguais, que as oportunidades surgem e que o sucesso dependerá do esforço de cada um, tal afirmativa seria perfeita para o mundo ideal, no entanto, esta não se aplica, sobretudo para a população negra brasileira, que historicamente travou uma luta pela efetiva abolição, ainda inacabada, contra a escravização criminosa, que ainda perdura, e pela igualdade de direitos”, expõe Janiele Feitosa em seu artigo.
O Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é marcado por atividades culturais, debates e manifestações organizadas pelo movimento negro em diferentes regiões do país. A data foi instituída oficialmente pela Lei Federal Nº 12.519/2011. Embora tenha sido oficializada somente em 2011, a data já estava incluída no calendário escolar desde o ano de 2003.
Benedita da Silva foi a autora do projeto que definiu 20 de novembro como o Dia da Consciência Negra, em contraposição ao 13 de maio, em que se comemora a abolição da escravatura. A data não representava, de fato, a liberdade dos negros escravizados, já que a vida de miséria do povo preto seguiu após a abolição. Em virtude disso, institui-se o dia 20 de novembro em memória de Zumbi dos Palmares e da sua luta histórica pela liberdade e valorização do povo negro no Brasil.
Zumbi nasceu em 1655 e foi o chefe de maior destaque na história do Quilombo dos Palmares, situado entre os estados nordestinos de Alagoas e Pernambuco. Foi capturado ainda na juventude e, após sua fuga, voltou ao quilombo para liderar o povo de Palmares. Seu nome é lembrado no dia 20 de novembro por ter lutado até a morte em uma batalha contra os colonos portugueses para defender seu povo.
Como forma de contribuir para o debate sobre Direitos Humanos para o povo preto, o curso de Serviço Social da Unileão realizará, nos dias 23 e 24 de novembro, o VI Fórum de Direitos Humanos, cujo tema central é “Racismo, Desigualdades e as Exclusões no Alvorecer do Século XXI”. O evento será realizado a partir das 18h15, em ambos os dias, com transmissão ao vivo pelo canal oficial da Unileão no YouTube.
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